1. Introdução
A Cigás, distribuidora de gás natural do Amazonas, embarcou em uma jornada de transformação digital para superar as limitações da sua antiga aplicação de sistema SCADA (Supervisory Control and Data Acquisition), que já não atendia às demandas de uma base de clientes em expansão e à crescente complexidade das operações.
Em parceria com a Aquarius Software, foi realizada a implementação integrada dos sistemas Proficy iFIX para supervisão e controle do processo e Proficy Historian, para coleta e armazenamento de dados históricos, ambos sistemas da GE Vernova. A nova aplicação foi realizada em conformidade com a ISA 101 – norma da ISA (The Internacional Society of Automation) para Interfaces Humano-Máquina –, modernizando o monitoramento operacional, trazendo inovação e maior eficiência e segurança ao gerenciamento de sua rede de distribuição.
2. O Desafio
A Cigás enfrentava grandes desafios com seu sistema SCADA legado, implementado em 2011, em um cenário com uma base de clientes consideravelmente menor.
“Nosso sistema SCADA anterior era limitado a 12 clientes, o que nos impedia de expandir o atendimento sem uma modernização”, comentou Ricardo Ciraulo, Gerente de Operações e Manutenção da Cigás.
Antes da modernização, o sistema SCADA da Cigás apresentava várias limitações:
- Capacidade Restrita: Suporte limitado a apenas 12 clientes, enquanto a base já havia crescido para 70 clientes industriais, incluindo cinco térmicas essenciais para o fornecimento de energia elétrica em Manaus.
- Falta de Armazenamento: A ausência de um sistema para registrar e recuperar dados históricos dificultava tanto o diagnóstico quanto a resposta a problemas operacionais.
- Interfaces Defasadas: Telas poluídas visualmente e sem padronização, dificultando a interpretação das informações pelos operadores.
Essas questões poderiam comprometer não apenas a operação diária, mas também a confiança dos clientes na capacidade da Cigás em gerenciar a distribuição de gás com eficiência. “Uma implementação eficaz requer um planejamento cuidadoso, uma comunicação clara e disposição para lidar com os processos naturais de adaptação às mudanças”, declarou o analista de suporte da Aquarius, Fábio Steffano, que acompanhou de perto todo o processo.
3. Implementação e Customização
Durante a implementação, um dos principais desafios foi realizar a transição sem impactar as operações contínuas.
“A transição foi gradativa. Precisávamos que o sistema antigo continuasse em funcionamento enquanto o novo era implementado”, explicou Valdeirilson (acrescentar sobrenome), Operador de sala de controle (CCO).
Processo de Seleção e Implementação
Após um estudo abrangente de mercado, a Cigás escolheu como solução o sistema SCADA Proficy iFIX, da GE Vernova. O iFIX destacou-se principalmente pelas seguintes características:
- Escalabilidade: capacidade de gerenciar tags ilimitados, permitindo a inclusão de novos clientes;
- Integração Flexível: compatibilidade e capacidade de integração com sistemas internos já existentes;
- Fácil Customização: possibilidade de adaptação às necessidades específicas da operação;
- Compatibilidade com a ISA 101: elementos gráficos de alto desempenho, compatíveis com as recomendações da norma ISA 101.
Segundo Steffano: “Para facilitar essa transição, foi fundamental manter uma comunicação constante e oferecer treinamento direcionado, e a prática de manter os dois sistemas operacionais por um período de transição ajudou os operadores a se acostumarem gradualmente com a nova interface”, declarou.
Norma ISA 101
Para garantir que as novas interfaces gráficas fossem ergonômicas e focadas na usabilidade, aplicou-se a Norma ISA 101, garantindo à implantação:
- Telas de operação “limpas” e organizadas, focadas nas informações importantes;
- Uso de cores estratégicas para destacar alarmes e informações críticas;
- Redução da fadiga visual para os operadores do sistema.
Edmo Oliveira, especialista em automação, acrescenta: “Buscamos um conforto visual para os operadores, que ficam ali na frente das telas por muitas horas seguidas”.
Treinamento e Transição:
A implementação foi feita de forma gradativa, com a configuração de uma máquina por vez, de forma a evitar interrupções no centro de controle operacional (CCO). A equipe técnica recebeu treinamento avançado, enquanto os operadores obtiveram suporte contínuo ao longo de toda a transição, garantindo assim uma adaptação mais fácil e eficiente às novas ferramentas.